A denúncia do MPF, segundo a publicação, aponta que, desde que deixou o poder, o ex-presidente viajou diversas vezes para destinos como Cuba, Gana, Angola e República Dominicana, sempre bancado pela construtora Odebrecht. Nessas viagens, normalmente para dar palestras e se encontrar com chefes de Estado, o pestista teria intermediado contratos de obras bilionárias de interesse da empresa brasileira. Segundo a revista, “o BNDES fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira”.
Segundo a reportagem, o MPF relacionou as viagens de Lula ao fechamento de contratos. “A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano”, conforme a revista.
Entre as obras realizadas pela construtora no exterior, há projetos como modernização de portos, aeroporto, rodovias e aquedutos, todas realizadas com os empréstimos de baixo custo do banco brasileiro. A publicação traz ainda a informação de que só no ano passado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior – 42% do total financiado pelo BNDES, segundo um estudo do Senado..