Nesse sentido, parlamentares apostam na relação mais próxima com o peemedebista e no seu discurso de independência em relação ao Palácio do Planalto para que ele não renove três das quatro comissões em andamento e também com a análise do presidente sobre a viabilidade das demais CPIs para acelerar a investigação do BNDES. Isso porque Cunha decide sobre o objeto e a viabilidade da criação de cada CPI. Assim, se o presidente entender que o pedido de investigação das demais é genérico, pode passar na frente o caso dos contratos do BNDES.
"Se ele (presidente) entender que não existe fato determinado para as demais, ele instala a do BNDES e pronto", disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP). O tucano deve conversar com Cunha na segunda-feira, 4, para reforçar a intenção de discutir os trâmites da instalação do grupo. "Todos os líderes da oposição querem essa CPI. Como existe ainda uma vaga, lutaremos por ela", afirmou Sampaio.
O requerimento para investigar os contratos do banco, protocolado no último dia 16 pelo líder do PPS, Rubens Bueno (PR), ganhou força após a divulgação pela revista Época de que o Ministério Público investiga o ex-presidente Lula por suposto tráfico internacional de influência nas operações do BNDES.
Segundo Bueno, Cunha se comprometeu a não renovar as CPIs em funcionamento, exceto a da Petrobrás, para tornar o processo mais rápido. O presidente avisou também o líder do PPS que não irá autorizar a criação da CPI do setor elétrico, a próxima da fila por ordem de chegada, por entender que não há um fato determinado. Já existe um parecer da assessoria técnica contra a criação da CPI. "Sem a do setor elétrico e as renovações, a do BNDES já entra na próxima etapa", afirmou o deputado. No mais tardar, na análise de Rubens Bueno, a instalação da CPI aconteceria dentro de seis meses.
Parlamentares chegaram a discutir nos últimos dias a possibilidade de aprovar um projeto de resolução em caráter de urgência para que a Câmara autorizasse o funcionamento de seis CPIs simultaneamente para assegurar a instalação da Comissão para investigar os contratos do BNDES. A avaliação, no entanto, é de que a medida não contaria com o apoio do presidente da Casa e, portanto, seria um "desgaste à toa" para as siglas. Para aprovar a medida é necessário contar com 257 votos na Câmara. "Não sei se é uma alternativa viável para a Casa", afirmou o líder do DEM, Mendonça Filho (PE). Segundo o parlamentar, a estratégia sobre a criação da CPI do BNDES será pauta certa no encontro de líderes da oposição nesta semana..