Desde fevereiro, a base de governo de Lacerda está fragmentada na Câmara, e a bancada evangélica não tem facilitado. Na segunda-feira, o vereador Jorge Santos (PRB) descumpriu acordo que havia sido firmado na Casa para retomar os trabalhos – votar um projeto do Executivo a cada cinco de vereadores – e pediu o adiamento da análise de um PL da prefeitura. Nessa terça-feira, numa reunião do Colégio de Líderes, ele e o líder de governo, Preto (DEM), voltaram a bater de frente. Houve bate-boca e, de fora, era possível escutar socos sendo dados na mesa. A confusão interferiu no clima da reunião plenária, encerrada com um minuto por falta de quórum.
O vereador de oposição Pedro Patrus (PT), líder do partido, estava presente na reunião e disse que a discussão ocorreu com parlamentares da base. “A prefeitura não está entregando aos vereadores aquilo que prometeu”, afirmou.
Os atritos levaram o líder de governo e o presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN), a convocar reuniões com parlamentares ao longo de todo o dia. “Esses assuntos de negociação com o governo são coisas individuais e questões pessoais. Algumas coisas estão sendo questionadas e a prefeitura está atendendo”, disse Preto. Segundo Magalhães, tratam-se de problemas “comuns dentro do Parlamento” e que, amanhã, os trabalhos no plenário serão retomados.
A pauta do plenário tinha nessa terça-feira 22 projetos, mas outros mais de 800 estão prontos para serem votados. Na fila de projetos do Executivo com prioridade para votação, estão os textos que autorizam a operação urbana do Centro de Convenções de BH, o de concessão de jazigos públicos, a criação do programa de Desligamento Voluntário da Superintendência de Limpeza Urbana e da permissão para a procuradoria-geral do município defender servidores em causas. O Estado de Minas procurou no gabinete e por telefone o vereador Jorge Santos, mas não conseguiu retorno sobre a briga com o líder de governo. A prefeitura também foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição..