"Acho bobagem dizer, como estão falando, que tirou dela (Dilma) a possibilidade de indicar cinco ministros, porque dos cinco que sairiam sem a PEC da Bengala, três deles já foram indicação dela ou do presidente Lula e dois, o ministro Marco Aurélio e o ministro Celso de Mello, são tipicamente ministros que não têm um carimbo de padrinho político, que trabalham pelo seu saber jurídico", disse Wagner.
Para ele, a PEC é uma "concepção do parlamento sobre o Poder Judiciário, que não tem nada a ver com o Executivo". "É uma decisão do Congresso. Não cabe comentar. Mas eu pessoalmente acho que os 75 anos deveriam ser exclusivos para o STF, porque é o único entre todos os tribunais brasileiros cujo acesso é dado exclusivamente pelo presidente da República. A PEC já decidiu, mas não concordo que seja estendido aos outros tribunais, que têm outra forma de acesso."
Sobre a articulação promovida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na votação da véspera e a ameaça do PMDB de votar contra o ajuste fiscal proposto pelo governo, Wagner disse que "essas tensões no parlamento são normais". Ele afirmou ter a "convicção de que, com negociação, o ajuste será aprovado". Perguntado sobre o fato de o PT criticar em seu programa exibido na TV no dia anterior a proposta de terceirização aprovada na Câmara e ao mesmo tempo defender um ajuste que restringe benefícios como o seguro desemprego, o ministro avaliou que o governo errou na "apresentação" do ajuste fiscal e disse que a terceirização "está sendo mal debatida".
Wagner afirmou que o ajuste proposto pelo governo é "muito mais suave" do que o que está ocorrendo em países da Europa.
Sobre o chamado panelaço contra o PT e o governo, ele disse que "se revolve na urna". "Os que batem panela deviam gritar por reforma política", declarou. "Nossa democracia é tão sólida que resiste a panelaço, à rua e à investigação de corrupção." O ministro participou da cerimônia comemorativa dos 126 anos de fundação do Colégio Militar, no Rio. Ele foi aluno da instituição de 1962 a 1968..