Desde o início da semana, o Palácio do Planalto trabalhou duramente para enquadrar a bancada petista, reticente em apoiar explicitamente as MPs do pacote fiscal (665 e 664). Após ameaça do PMDB de não votar a favor das propostas - o que poderia contaminar os demais partidos da base -, o PT deu 54 votos a favor, apenas um contra e houve ainda nove ausências. O PMDB, por sua vez, deu 50 votos de apoio, 13 contra e ainda três se ausentaram.
O potencial de voto dos dois partidos poderia ser maior, de 130 apoios, caso deputados que se posicionaram contra (1 do PT e 13 do PMDB) ou faltaram (9 do PT e 3 do PMDB) tivessem aderido ao governo.
A votação da MP 665 continuará nesta quinta com a apreciação de cinco destaques à proposta. Após essa análise, o texto seguirá para o Senado que tem até o dia 1º de junho, prazo que a MP perde a eficácia, para votá-lo.
Na base, a principal surpresa foi o PDT, que deu 19 votos contrários à primeira MP do ajuste fiscal. Após a votação e a declaração, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, de que o presidente do partido, Carlos Lupi, acusou o PT de "roubar demais", o Palácio do Planalto ameaça retaliar e retirar o partido do Ministério do Trabalho, comandado por Manoel Dias.
Oposição
Quatro principais partidos de oposição - PSDB, DEM, PPS e Solidariedade - e o independente PSB deram 10% votos ao governo, com 27 apoios.
O trio de partidos do centro considerado irmãos na forma de atuação - PTB e PP e PR - votaram com dois perfis. PTB e PP praticamente se equilibraram. O primeiro deles deu 12 votos a favor e 11 contra, enquanto o segundo 21 favoráveis e 18 contrários. Por sua vez, o PR descolou da dupla ao garantir 27 votos para a MP 665 e apenas cinco contra..