Hoje, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou o pedido para ouvir Janot sob a alegação de que há vazamento seletivo de informações da Operação Lava Jato e que os parlamentares precisam saber os critérios de investigação da Procuradoria Geral da República (PGR). De acordo com o parlamentar, uma empresa de assessoria de imprensa teria sido contratada por R$ 500 mil, sem licitação, para fazer os vazamentos aos jornalistas. Paulinho da Força, como é conhecido, também protocolou um pedido para a quebra do sigilo telemático telefônico do procurador-geral e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
No momento em que Paulinho leu seu requerimento de convocação de Janot na sessão da CPI, parte dos membros da comissão rechaçaram a proposta, mas o assunto deve entrar na pauta de votações de requerimentos da comissão na semana que vem. Peemedebistas que estavam na sessão apoiaram a iniciativa.
Motta disse que, se o requerimento será votado ou não, dependerá de acordo entre os membros da comissão e que o plenário é "soberano". Na prática, o presidente da CPI tem a prerrogativa de montar a pauta de votações. Aos jornalistas, o peemedebista disse que tratará o assunto da mesma forma que os outros requerimentos.
Indicado por Cunha para presidir a CPI, Motta negou que faça "apologia" à convocação de Janot, mas fez questão de enfatizar que o procurador não é "melhor ou pior do que ninguém", ou seja, estaria sujeito a convocação, assim como estaria o presidente do Senado e investigado na Lava Jato, Renan Calheiros (PMDB-AL), ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Acredito que ele (Janot) não deve se constranger", afirmou.
Oitivas em Curitiba
Na próxima semana, os deputados se deslocarão à Justiça Federal no Paraná para ouvir 13 depoentes presos.
Arrolados que estariam envolvidos com a parte do esquema de corrupção na Petrobras que compromete o PT, como o ex-diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa, além do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, foram ouvidos na Câmara. Motta, no entanto, negou que haja proteção ao PMDB, um dos partidos investigados pela Operação Lava Jato. "Não existe dois pesos e duas medidas", enfatizou.
Hoje, a CPI ouviu por seis horas o depoimento do presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro. Ao final, o executivo disse esperar que a companhia criada para produzir sondas de exploração do pré-sal se recupere da crise desencadeada pela Lava Jato. "Tenho convicção de que vamos superar este momento", finalizou Carneiro..