Brasília, 07 - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 17, que a aprovação da Medida Provisória 665, que restringe o acesso a benefícios como seguro-desemprego e abono salarial, é uma vitória política para o governo Dilma Rousseff. Para Cunha, a vitória é simbólica por ser a primeira MP do ajuste fiscal. Ele disse que a articulação do vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), foi importante para a aprovação da MP e que uma eventual derrota poderia causar uma situação de crise, afetando inclusive a percepção dos mercados.
"Na primeira medida do ajuste fiscal, se tivesse sido derrotada, seria uma situação de crise, de crise política e consequentemente para a reação dos próprios mercados, que não iam acreditar na capacidade do País de voltar a ter o equilíbrio das contas públicas", afirmou, após o encerramento da votação da MP.
O presidente da Câmara destacou que a importância da matéria se dá pelo fato de que a maioria dos deputados ficou sensibilizada com o risco para o Brasil se uma proposta como essa fosse derrotada. Ele observou, no entanto, que o governo não está com uma base sólida e segura para enfrentar qualquer votação.
Questionado se o trabalhador tem o que comemorar após a aprovação da MP pela Câmara, Eduardo Cunha respondeu que é preciso ver o contexto. Ele disse que o governo, ao mandar o pacote fiscal ao Congresso, quer defender o controle das contas públicas para preservar a capacidade da economia de voltar a crescer e manter a renda.
"É preciso que a gente olhe isso no conjunto, que eventualmente você pode dizer que houve um ponto ou outro que está pior, mas, no conjunto, se a economia reagir, poderá ser melhor para o trabalhador. É importante analisar o contexto e não só uma ou outra medida", afirmou.
Após dois dias analisando apenas a MP 665, o presidente da Câmara disse que será um "milagre" se a Casa conseguir analisar na próxima semana as três medidas provisórias que trancam a pauta do plenário. Entre elas está a Medida Provisória 664, que restringe o acesso ao pagamento da pensão por morte e é a segunda do pacote de ajuste fiscal editada pelo Executivo.