Brasília - Após encontro oficial com um integrante do Itamaraty, a mulher do prefeito de Caracas, preso desde fevereiro na Venezuela, disse que vai deixar o Brasil "esperançosa". Mitzy Capriles e Lilian Tintori, Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, estão desde o início da semana no País e cobravam do governo brasileiro uma posição diante da situação vivida pela oposição venezuelana.
No final da tarde, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o chefe do Departamento da América do Sul II, Clemente Baena Soares, estava à disposição para receber a comitiva. Apesar de terem considerado um avanço o gesto do governo, a mulher de Leopoldo López teria ficado descontente por ser recebida por um membro do segundo escalão do ministério, enquanto o representante do presidente Nicolás Maduro, Tarek William Saab, havia tido uma reunião com o próprio chanceler à tarde.
Pela manhã, já havia chegado a elas uma carta da presidente Dilma Rousseff, assinada pelo chefe do gabinete pessoal da petista, Álvaro Henrique Baggio. No documento, Dilma, apesar de não ter aceitado recebê-las pessoalmente, reconhecia "as iniciativas" da oposição e iria "procurar incansavelmente uma solução para crise" da Venezuela. Segundo um auxiliar direto da presidente, um eventual encontro de Dilma com Mitzy e Lilian poderia ser visto como uma "intromissão em assuntos internos" daquele país.