Na legenda do ex-ministro Carlos Lupi - que recentemente foi flagrado dizendo que os petistas "exageraram no roubo" -, todos os 19 integrantes da bancada votaram contra a MP que integra o pacote de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff. Atualmente, o PDT ocupa o Ministério do Trabalho, comandado por Manoel Dias.
Segundo integrantes da cúpula do governo, a lista de demandas por espaço dos pedetistas, agora, “vai para o final da fila”. "A base ficou muito incomodada", afirmou o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).
Outro aliado que deve ter cargos "congelados" é o PP. Dos 39 parlamentares que votaram, 18 disseram não à MP do ajuste fiscal. O PP ocupa hoje o Ministério da Integração Nacional.
Sob pressão do Planalto e intervenção do PMDB, o PT, por sua vez, não deverá punir representantes do partido que votaram contra a MP. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou o episódio para criticar o aliado. "Alguns fugiram ontem (quarta-feira) e fugiram hoje (quinta) de novo.
Em 2003, o PT expulsou quatro parlamentares que se recusaram a apoiar a reforma da Previdência do governo Lula. "Não haverá punição. O fechamento de questão foi mais um gesto político da bancada para poder assegurar a votação da MP", disse Paulo Teixeira (PT-SP), integrante da Executiva Nacional.
Oposição
O presidente da Câmara atribuiu à oposição a vitória do governo. Votaram favoravelmente deputados do DEM, PV e PSB. "Os votos das oposições foram fundamentais para a aprovação da MP 665", disse. Cunha afirmou ainda que, com a "evasão" de nove dos 64 deputados petistas na votação, o PT cumpriu "80% do acordo" feito com o PMDB. "Uma parte dos petistas fugiu do plenário para não votar e ficar mal com seus eleitores. O PMDB queria que o PT assumisse a defesa do ajuste. Eles assumiram, mas não entregaram todos os votos." .