Eira foi voluntariamente à Procuradoria logo após ter sido exonerado, no dia 28, pelo peemedebista. O depoimento foi decisivo para que procuradores pedissem acesso a documentos disponíveis na Câmara - a busca não constava na lista de diligências inicialmente pedidas ao Supremo pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Eira não quis se manifestar.
Cunha é suspeito de ter arquitetado a elaboração de dois requerimentos de informações sobre uma empresa contratada pela Petrobras que, segundo delação do doleiro Alberto Youssef, teriam sido feitos como forma de pressão para o pagamento de propinas. Os pedidos foram apresentados na Câmara em 2011 pela hoje prefeita de Rio Bonito (RJ), Solange Pereira de Almeida, na época suplente de deputado, mas registros eletrônicos mostram Cunha como autor desses requerimentos.
O presidente da Câmara nega as acusações. Solange também isenta o aliado de envolvimento no caso, mas não soube explicar por que pediu informações sobre a Mitsui, empresa citada por Youssef e fornecedora de navio-sonda à Petrobras.
Eira foi exonerado do cargo na Câmara um dia após o jornal Folha de S. Paulo revelar que Cunha era o autor dos requerimentos.
Agilidade
Logo após o depoimento de Eira, os investigadores se apressaram a pedir ao relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki, autorização para fazer as buscas na Câmara. A autorização foi assinada pelo ministro na tarde de segunda-feira. No início da noite, os procuradores, um oficial de justiça e técnicos da Procuradoria-Geral da República foram ao departamento de informática da Câmara cumprir a busca. A ação prosseguiu pela madrugada de terça-feira e foi retomada na tarde seguinte.
O material coletado no departamento de informática foi levado na mesma tarde ao Supremo e enviado na noite de quarta à Procuradoria-Geral. .