Rio - A bancada do PDT tomou posição que acha a mais correta na votação da Medida Provisória 665, que altera as regras de concessões de seguro-desemprego e abono salarial, e tem "autonomia para isso", afirmou nesta sexta-feira, 08, o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Na votação encerrada na noite de quarta-feira, 06, todos os deputados do PDT, partido integrante da base governista desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, votaram contra a MP, essencial para o ajuste fiscal comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Dias também relativizou a piora do mercado de trabalho, apontada pelo início da alta da taxa de desemprego. Segundo o ministro, a crise política afeta a economia. "Quanta gente está postergando a compra de um automóvel, de um apartamento. Investimentos que deveriam ser feitos não foram. Tivemos uma crise na maior empresa empregadora e investidora do País, que é a Petrobras, mas ela já está voltando ao seu controle", disse.
Segundo Dias, há setores querendo desestabilizar o governo com a crise política. "Nós, que somos do PDT, que viemos do antigo PTB, conhecemos toda essa história. Fizeram com (o ex-presidente Getúlio) Vargas e com o presidente João Goulart a mesma coisa. Mudam os atores, mas o palco é o mesmo. Querem agora desestabilizar o governo da presidente Dilma, que foi eleita democraticamente, está aí com três, quatro anos de governo e está adequando o País a um novo momento", comparou o ministro, apostando numa melhora da economia no segundo semestre: "Todo ano, os primeiros meses do ano são os meses mais difíceis. A retomada chega no auge lá pelo mês de agosto", concluiu.