Cerveró, Fernando Baiano e Mario Góes se calam na CPI da Petrobras

Em sessão da comissão em Curitiba, os alvos centrais da investigação não responderam às perguntas dos parlamentares

O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró não respondeu aos questionamentos dos deputados da CPI da Petrobras, nesta segunda-feira,  em Curitiba - sede da Operação Lava Jato onde a Comissão Parlamentar de Inquérito se instalou para ouvir pelo menos 13 alvos da investigação sobre corrupção na estatal petrolífera.

Um grupo de parlamentares desembarcou na capital do Paraná para dois dias de interrogatórios.
Cerveró é acusado de controlar a diretoria de Internacional, cota do PMDB no esquema de cartel e corrupção na Petrobras.

O operador de propina do PMDB Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano, também não vai falar.

"Vou recorrer ao direito de permanecer em silêncio atendendo às orientações dos meus advogados de defesa", afirmou Fernando Baiano.

Cerveró e Baiano são dois alvos centrais no susposto recebimento de propinas por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - referente a contratos de aluguel de sondas de perfuração em águas profundas.

O deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) foi interrompido pelo advogado David Teixeira de Azevedo, que defende o operador de propina do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano.

"O senhor não me dirija a palavra. O senhor pode falar com o seu cliente, não com os parlamentares", advertiu Lorenzoni.

O criminalista interrompeu o deputado para que ele não "exortasse" a figura de Baiano em suas falas. O deputado alertou o investigado que uma delação premiada poderia dar a ele situação mais confortável do que a que ele se encontrava. Alguns parlamentares chegaram advertir o advogado que ele poderia ser preso por desacato.

Góes

Acusado de ser um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços - cota do PT no esquema de corrupção da Petrobras -, Mário Frederico Góes vai permanecer calado diante dos deputados da CPI.

Góes foi sócio em uma lavanderia e na compra de um jato do ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco. Ele é acusado de operar propina para sete empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato: Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, MPE, OAS, Odebrecht, Setal e UTC.

Pelo menos R$ 39,7 milhões foram pagos por essas empresas para a firma de consultoria do lobista, entre 2008 e 2014, por supostos serviços de consultoria, a Riomarine Empreendimentos Marítimos. A empresa foi aberta em 1987 quando era presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena). Ele foi sócio de Barusco - um dos delatores da Lava Jato que recebeu US$ 97 milhões em propinas - a JPA Lavanderia Industrial Ltda, com sede no Rio, entre 2006 e dezembro de 2014, formalmente até 2009 e, depois, por meio da família.

Mesmo diante do silêncio do interrogado, os deputados da CPI da Petrobras, que ficarão em Curitiba - sede da Lava Jato - decidiram fazer perguntas ao alvo..