O presidente da Câmara disse que o doleiro apenas repetiu o que já havia dito à Justiça Federal. Youssef contou aos membros da CPI da Petrobras que participou de uma operação de pagamento de propina envolvendo o suposto operador do PMDB Fernando Soares, o Fernando Baiano, o delator Júlio Camargo e Cunha. O peemedebista ressalta que o doleiro assume que ouviu a informação de terceiros e que Júlio Camargo não confirmou o relato de Youssef. Em sua avaliação, o depoimento de Youssef foi até favorável porque ele teria dito que Cunha não seria o destinatário do pagamento de suposta propina feita por um policial.
"Diferentemente dos outros que têm abertura de inquérito, o meu caso é o único que o procurador pegou uma pessoa falando, não tem a confirmação do outro e pediu a abertura de inquérito.
Cunha também acusou Janot de violar o mandato parlamentar da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ). O presidente da Câmara citou um dos parágrafos do artigo 53 da Constituição, que permite aos deputados e senadores a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas no exercício do mandato. "Isso é uma invasão da prerrogativa do mandato dela, porque tem todo o direito e não é obrigado a declarar as fontes igual a vocês da imprensa", disse. Solange seria autora do requerimento que pedia explicações a uma das empresas envolvidas na Operação Lava Jato. Segundo Youssef, o requerimento serviu para pressionar o Grupo Mitsui a pagar propina ao PMDB.
Para o deputado, ao requisitar o recolhimento de provas no centro de informática da Casa, Janot teria agido de forma pessoal e com "afronta" à Câmara para "forçar uma barra". "O que ele pediu aqui, bastava ele ter mandado de ofício", afirmou Cunha, dizendo que era impossível destruir os arquivos solicitados pela PGR. "Então ele quer forçar uma prova de um fato ou de um suposto crime que aquele que seria vítima não reconhece que houve o crime, que não houve o fato. Ele está buscando uma forma de forçação de barra", declarou..