Washington - Amigos e contemporâneos na maior parte de seus mandatos, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton serão homenageados nesta terça-feira em Nova York por colaborarem para o estreitamento das relações entre Brasil e Estados Unidos, no momento em que se tenta reconstruir os laços bilaterais após a crise da espionagem americana.
Em jantar de gala para 1.100 pessoas no hotel Waldorf-Astoria, FHC e Clinton receberão o prêmio "Pessoa do Ano", concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos de Nova York. A premiação é dada desde 1970 a um brasileiro e um americano que tenham se destacado na aproximação entre os países.
Chairman da Câmara, Sergio Millerman disse que o público é recorde. Normalmente, o jantar reúne até 850 pessoas. Entre os tucanos, são esperados o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aécio Neves e José Serra.
FHC foi presidente de 1995 a 2002, enquanto Clinton governou os EUA de 1993 a 2001. Era a época em que os americanos celebravam a vitória na Guerra Fria e o Consenso de Washington ditava as regras econômicas nas Américas e no Ocidente.
Em suas memórias, FHC relata ter firmado forte conexão com Clinton desde o primeiro encontro deles, em 1994. Depois, o tucano fez uma vista de Estado a Washington e foi convidado para a casa de campo dos presidentes americanos, em Camp David, deferência reservada a poucos. "Ninguém serviu o Brasil melhor ou de maneira mais leal do que ele", disse Clinton, em prefácio da edição americana do livro.