O jurista mencionou a situação, mas disse que, mesmo assim, prefere conviver com a liberdade. "O preço da liberdade há de ser pago em todas as hipóteses. Prefiro conviver com essa liberdade de divergência, de exposição, do que conviver num mundo que esconde, que veda, num mundo de censura. Dela (liberdade) não se pode abrir mão nem um milímetro", afirmou o jurista, em sabatina realizada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Guerra Fiscal
Fachin foi questionado sobre os incentivos fiscais concedidos unilateralmente por Estados sem aprovação pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que configuram a chamada guerra fiscal. O tema é debatido no Supremo Tribunal Federal e, por isso, Fachin se limitou a realizar breve comentário, defendendo que regiões diferentes possuem necessidades desiguais. "A política tributária precisa fazer valer um federalismo republicano e fiscal que seja verdadeiro e permita reconhecer que Estados e regiões tem diferentes necessidades", afirmou.
Aborto
O advogado se declarou contrário ao aborto, mas afirmou que questões sobre a regulamentação do tema devem ser decididas pelo Congresso e não pelo Poder Judiciário. "Sou um defensor da vida, da dignidade da vida humana e estou dando minha posição pessoal de cristão, humanista, de colocar a vida como um valor que se põe no patamar de supremacia", afirmou.
"Agora este é um tema do Poder Legislativo que, se por alguma razão entender ou revogar ou ampliar hipóteses previstas na legislação, essa é uma deliberação que não compete ao Judiciário", completou Fachin.
Horário
Parlamentares pediram ao presidente em exercício da CCJ, senador José Pimentel (PT-CE), que suspendesse a sessão para retomar a sabatina amanhã, 13. O pedido, contudo, foi negado, e o presidente da sessão anunciou que a arguição irá até meia-noite. Até o momento, cerca de 20 parlamentares fizeram suas perguntas, mas ainda existem mais de 30 nomes inscritos para manifestações..