O contingenciamento deve ser anunciado até a próxima sexta-feira, 22, trinta dias depois da sanção pela presidente do Orçamento aprovado no Congresso Nacional. O Ministério da Fazenda defende o corte de R$ 78 bilhões, em um esforço para compensar as perdas com as alterações nas medidas provisórias do ajuste fiscal e garantir o cumprimento da meta de superávit primário. Auxiliares palacianos, no entanto, consideram a proposta "ousada".
O setor público tem neste ano uma meta fiscal de R$ 66,3 bilhões, que é a economia que deve ser feita para pagamento de juros da dívida. Para cumprir essa meta, o Ministério da Fazenda defende um controle maior dos gastos. Os ministérios já fizeram um levantamento prévio dos projetos e áreas que poderão ser objeto de corte orçamentário, mas o número proposto pela Fazenda é muito mais "forte". Se a Fazenda sair vitoriosa nesse embate, o temor é de que muitos projetos em andamento sejam paralisados.
Ministros da presidente já se queixam nos bastidores com os efeitos do bloqueio, temendo paralisia das atividades do governo e o agravamento da crise econômica. Já é dado como certo que até mesmo programas considerados vitrine da presidente, como o "Minha Casa Minha Vida" serão afetados.