O Norte também enfrenta um queda significativa da área plantada, que encolheu de 220 mil hectares para 180 mil. “Todas as barragens estão com os níveis de água baixíssimos e a expectativa é de que faltará água potável na sede de grande parte dos municípios, algo que nunca aconteceu antes”, afirma. Até os programas de combate à miséria e a desnutrição no semiárido estão sendo afetados pela seca, conta o gerente da Emater. O programa Leite pela vida do governo federal que já chegou a distribuir 200 mil litros de leite por dia para a população carente hoje não consegue entregar 50 mil litros. A seca, segundo Demicheli, afetou demais a produção leiteira.
A situação vivida pelo pequeno agricultor João Barbosa de Souza, de 66 anos, casado e pai de dois filhos, morador da localidade de Várzea das Pedras, no município de Pai Pedro, é o retrato da penúria causada pela seca.
O superintendente técnico e operacional da Defesa Civil Estadual, major Roberto Turbino Campolina, afirma que a situação pode ser agravar em função do início antecipado do período de estiagem e da falta de chuvas. Para os prefeitos, essa escassez de chuvas já dura quatro anos. “Com o inicio do período da seca, com certeza aumentará a quantidade de municípios com decretação de situação de emergência ou estado de calamidade pública”, afirmou.
Segundo Campolina a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) está ajudando os municípios com a burocracia necessária para a captação de recursos. Além disso, de acordo com ele, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sednor) está construindo pequenas barragens para captação de água pluvial e também instalando cisternas e fornecendo água por meio de caminhões-pipa, e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru) está perfurando poços artesianos. O secretário da Sednor, Paulo Guedes, não foi localizado pela reportagem para comentar a situação dos municípios. (Colaborou Luiz Ribeiro).