O clã da tradicional família Andrada está de malas prontas para deixar o PSDB mineiro. O primeiro a sair da legenda será o prefeito de Barbacena, Antonio Carlos Andrada. Insatisfeito com o pouco espaço que tem obtido internamente, Toninho Andrada tem tudo para filiar-se ao partido que será criado com a fusão do PSB e PPS. Já o irmão Lafayette, atualmente deputado estadual, está às turras com os tucanos em razão da disputa pela presidência do PSDB de Juiz de Fora, cidade que ele quer comandar a partir de 2017.
Ex-deputado estadual e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antonio Carlos Andrada tem se queixado a aliados que há algum tempo vem sendo “esquecido” pelos cabeças do PSDB. Até então presidente da Associação Mineira dos Municípios (AMM) – cargo que ele entregou neste mês – ele reclama que em nenhum momento participou, por exemplo, das discussões em torno da campanha eleitoral do ano passado, quando o candidato a governador Pimenta da Veiga (PSDB) foi derrotado por Fernando Pimentel (PT) no primeiro turno.
De acordo com um aliado do tucano, ele já teria iniciado as conversas para migrar para o partido que provavelmente continuará com a sigla PSB. “Ele tem até 3 de outubro para se filiar à nova legenda. E como é um novo partido, o PSDB nem poderia cobrar o mandato dele na prefeitura”, afirmou a fonte, referindo-se ao prazo estabelecido por lei para a filiação daqueles que pretendem disputar um cargo no ano que vem e ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os mandatos pertencem aos partidos, e não aos candidatos. A filiação de Andrada ao partido estaria condicionada à indicação do prefeito Marcio Lacerda (PSB) para a sua presidência.
Uma briga pelo comando do PSDB em Juiz de Fora teria sido o estopim para a insatisfação de Lafayette Andrada com a legenda. Com planos de disputar a prefeitura da cidade em 2016, ele tentou se eleger presidente municipal da legenda, mas foi derrotado pelo vereador Rodrigo Mattos, filho do ex-prefeito Custódio Mattos (PSDB). Andrada agora tenta anular na Justiça a convenção realizada no dia 9. Ele alega que a eleição desrespeitou o estatuto interno ao permitir que pessoas com menos de seis meses de filiação votassem. O grupo de Rodrigo argumenta que as regras da eleição foram baseadas em resolução da executiva nacional da legenda.
Em nota, Lafayette negou com “veemência” que vá deixar a legenda e disse que as insinuações se devem a “intriga e malícia”. Argumentou ainda que não disputaria a presidência do PSDB se tivesse a intenção de se desfiliar. Antonio Andrada não foi encontrado para comentar o assunto.