O plano B ainda não foi tratado em nenhuma reunião envolvendo o vice-presidente Michel Temer e líderes no Congresso. O objetivo, segundo um auxiliar presidencial, é não passar a impressão de que o governo deixou de contar com a aprovação das MPs.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, prepara mais elevações de impostos. A pasta estuda aumentar outras modalidades do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o PIS/Cofins (que incide sobre o faturamento das empresas), além de extinguir o benefício fiscal Juros sobre Capital Próprio (JCP), criado em 1995 para reduzir a carga de tributos sobre empresas e bancos de capital aberto.
A lógica de Levy é que um corte maior de gastos serviria para complementar as perdas com atenuações nas restrições aos programas trabalhistas e previdenciários previstas nas medidas provisórias.
Na programação orçamentária anunciada na sexta-feira, o Executivo reduziu em R$ 5 bilhões a previsão de gastos com o seguro-desemprego e abono salarial, contando com a aprovação da MP 665 pelo Senado. Se os senadores não seguirem a torcida do Planalto, a MP perderá validade e, como os programas constituem gastos obrigatórios, a volta das regras antigas forçará uma indesejada “judicialização”, além do aumento de gastos decorrente do retorno automático para as regras mais “benevolentes”..