Brasília - Diante da rebelião de senadores do PT, que na semana passada atuaram contra o Palácio do Planalto nas votações das medidas provisórias do ajuste fiscal, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, cobrou fidelidade da bancada do partido no Senado.
O Senado precisa votar nesta semana três MPs que fazem parte do pacote de reequilíbrio das contas públicas. Na última semana, quando o governo tentou aprovar uma proposta que endurece o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, um movimento encabeçado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do qual participaram outros dissidentes petistas levou ao adiamento da sessão.
Mercadante argumentou que o Planalto conseguiu aprovar as medidas na Câmara com "ampla vantagem" - embora a MP 665 tenha passado com uma diferença bastante apertada - e lamentou as dissidência. O chefe da Casa Civil disse ainda esperar que o apoio da bancada do PT na Câmara se repita no Senado.
Previdência
O ministro da Casa Civil disse ainda que o governo decidiu montar nesta segunda-feira, 25, uma comissão técnica para discutir a Previdência Social. De acordo com ele, o grupo será formado pelo chefe da Casa Civil e pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Carlos Gabas (Previdência), Nelson Barbosa (Planejamento) e Ricardo Berzoini (Comunicações).
Mercadante afirmou que os cinco ministros vão ajudar nas discussões do fórum com representantes do governo, das centrais sindicais e do Congresso, que deve elaborar uma proposta de revisão do fator previdenciário. Além desse tema, o fórum deverá discutir temas como rotatividade do emprego e terceirização.
"Queremos implantar o fórum até a próxima semana", declarou Mercadante, em coletiva de imprensa ao lado de Levy, após a reunião da coordenação política realizada no Palácio do Planalto.
Ao falar sobre o fator previdenciário, cuja flexibilização foi incluída pelos deputados em uma das medidas provisórias do ajuste fiscal, Mercadante disse que essa matéria - a alternativa ao fator - só pode ser debatida dentro de uma perspectiva de sustentabilidade do sistema previdenciário. Ele reconheceu que existe um problema de sustentabilidade da Previdência Social, enquanto Levy disse que ela é "um dos pilares da sociedade e da economia".