O procurador federal Frederico Paiva, responsável pelas investigações da Operação Zelotes, disse nesta terça-feira que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na semana passada no Senado e o Ministério Público Federal vão trabalhar em uma via de mão dupla nas investigações sobre irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Para o procurador, o Senado terá dois papéis no âmbito da Operação Zelotes: buscar provas para responsabilizar os envolvidos e discutir o atual modelo do Carf. “A Casa pode, ao final desta CPI, sugerir mudanças ou uma reestruturação para aprimorar o Carf”.
A senadora Vanessa Grazziotin lembrou que a CPI já solicitou formalmente informações na reunião de instalação da comissão. Segundo ela, foram aprovados, ao todo, quatro requerimentos, três deles solicitando compartilhamento de informações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário.
“Estamos falando de possíveis desvios de recursos e cifras estratosféricas. Nosso objetivo não é diferente do da Polícia Federal, que é desvendar o esquema caso ele de fato exista e, a partir daí, repatriar o que é do povo brasileiro, punir quem deve ser punido e, principalmente, trabalhar a estrutura do Estado, sugerindo organização mais segura.”
De acordo com o senador Ataídes Oliveira, a expectativa é que os documentos solicitados pela CPI sejam entregues até segunda-feira (1°). Segundo o presidente da comissão, amanhã (27) está prevista uma reunião com membros da Polícia Federal para tratar de informações relacionadas à Operação Zelotes.