Em meio às negociações para votação das três medidas provisórias que tratam do ajuste fiscal do governo, a presidente Dilma Rousseff entrou em campo e ligou na véspera do início dos debates no plenário para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "A ligação foi para saber dos procedimentos da votação", disse Renan antes de entrar no plenário, após o término da reunião de líderes do Senado. Questionado se ela teria demonstrado preocupação com o andamento das discussões das propostas, o peemedebista afirmou: "Ela disse que tem acompanhado".
A ligação ocorreu durante passagem de Dilma pelo México, onde deve permanecer até está quarta-feira. Os dois estão em atrito desde que o nome do peemedebista foi inserido na lista de supostos envolvidos no esquema da Operação Lava Jato. O contato teria ocorrido por orientação do ex-presidente Lula, que se reuniu com Dilma, em Brasília, na última sexta-feira, 22.
Lula e Renan também se encontraram no último dia 14 de maio, ocasião em que o petista revelou estar preocupado com a condução do governo. O ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também procurou para Renan nesta terça-feira. Segundo integrantes da base aliada, a informação foi dada pelo próprio ministro ao participar do café da manhã promovido vice-presidente da República, Michel Temer.
O presidente do Senado é um maiores críticos às propostas de ajuste fiscal encaminhadas pelo Executivo para votação o Congresso. Após a reunião com os líderes ficou definida que a sequencia de votação das propostas será a seguinte: MP 665, que restringe acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial; MP 664, que trata de mudanças na previdência e do fator; e MP 668, que trata do aumento das alíquotas de PIS/Cofins de produtos importados. Em relação à ultima MP, a possibilidade é que ela seja votada apenas na quinta-feira, quando, normalmente o quórum na Casa é baixo.