O vice-prefeito de Ibiracatu, cidade de 6 mil habitantes, no Norte de Minas, José Neto Soares Coutinho (PT), confessou que mandou matar o prefeito da cidade, Joel Ferreira de Lima (PT), com o intituito de assumir a prefeitura para ter como pagar dívidas pessoais, informou a Polícia Civil de Minas. Joel Ferreira foi atingido com dois tiros no dia 18 de abril, quando saía de uma festa religiosa, na zona rural do município. Ele sobreviveu, mas perdeu a visão do olho esquerdo, atingido por um dos disparos.

A morte do chefe do Executivo foi encomendada por R$ 20 mil. Porém, o valor não chegou a ser pago porque, pela combinação, isso só seria feito após o vice-prefeito assumir o comando da prefeitura. Um homem que atuou como intermediário entre o mandante e o executor está preso. O nome dele é mantido em sigilo. O autor disparos ainda não foi identificado.

O crime foi apurado por equipe da Polícia Civil de Januária, coordenada pelo delegado Fernando dos Anjos Elias. Conforme o delegado regional de Januária, Raimundo Nonato Gonçalves, em depoimento durante a investigação, o vice-prefeito entrou em contradição. Ele acabou confessando o crime num acordo de delação premiada feito com o promotor da Comarca de São João da Ponte, João Paulo Fernandes. Pelo acordo, o vice se livraria da decretação da prisão temporária se colaborasse com as investigações. José Neto também também terá de se apresentar à Justiça toda vez que for intimado e não poderá sair da cidade.

O delegado revelou que a polícia descobriu que dois dias após a tentativa de homicídio contra o prefeito de Ibiracatu, o intermediário do crime cometeu um assassinato na região. O motivo do homicídio teria sido o acerto de contas por causa do tráfico de drogas. A polícia investiga se a arma usada no assassinato foi a mesma de onde saiu os disparos que atingiu o prefeito Joel Ferreira..