Ajuste Fiscal penalizará pobres e esvaziará municípios, diz Renan a prefeitos

O presidente do Senado, Renan Calheiros, fez esta declaração em discurso durante encontro da 18ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília

Estado de Minas
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, e Câmara, Eduardo Cunha, durante encontro na 18ª Marcha em Defesa dos Municípios - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O presidente do Senado, Renan Calheiros, voltou a criticar nesta quarta-feira o ajuste fiscal do governo dizendo que as medidas penalizarão os mais pobres e vão provocar o esvaziamento dos municípios. Discursando para uma plateia de prefeitos e vereadores que participam da 18ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, Renan defendeu mudanças no pacto federativo como forma de descentralizar a divisão de recursos entre todos os entes.

“Ontem (27) votamos a primeira medida provisória do ajuste fiscal que sequer podemos chamar de ajuste fiscal, mas facilmente poderia ser chamado de empuxo fiscal, porque penaliza o pobre, porque desmonta a renda, os salários”, discursou o presidente do Senado.

Segundo o peemedebista, as medidas do governo terão impacto negativo, sobretudo, nos pequenos municípios, que dependem dos recursos da Previdência e dos programas socais. “Não tenho nenhuma dúvida que esse corte trabalhista, que esse corte previdenciário vai, sobretudo, punir o bolso do trabalhador, os mais pobres e esvaziar os municípios que não têm receitas próprias e terão mais dificuldades para sobreviver”.

Para o presidente do Senado, o ajuste fiscal deveria “cortar na própria carne”, diminuindo o número de ministérios e de cargos comissionais. “Precisamos de um ajuste fiscal que diminua o tamanho do Estado, que acabe com essa excrescência de ter 39 ministérios esvaziados, sem recursos e mais de 100 mil cargos comissionados, enquanto os programas são atrasados e muito deles não são repassados.”

Ao lado do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Renan criticou a centralização de poder da União e defendeu o fortalecimento do Poder Legislativo como forma de valorizar o pacto federativo.

“Estamos vivendo nesse momento o fortalecimento do Poder Legislativo, que tem como consequência o fortalecimento da federação e a inversão do que está acontecendo que é o esvaziamento dos municípios que, do ponto de vista das sua economias, estão cada vez mais esvaziados, porque há um centralismo absurdo do poder central que quer abocanhar os recursos e os investimentos dos municípios.”

Com Agência Brasil.