O primeiro balanço fiscal divulgado nessa quarta-feira (27) pelo governo de Minas desencadeou um novo confronto entre a situação e a oposição. O secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, divulgou um resultado positivo de R$ 823,8 milhões no primeiro quadrimestre deste ano – 34,6% inferior ao mesmo período do ano passado. Depois de salientar o déficit orçamentário “herdado” do governo anterior no valor de R$ 7,2 bilhões, Bicalho explicou o balanço positivo pelo esforço para a redução do custeio da máquina em aproximadamente R$ 240 milhões, pela arrecadação com o IPVA, que rendeu R$ 3,2 bilhões – aumento de 12,4% –, e em função do Fundo de Participação dos Estados (FPE) – transferência da União –, que cresceu 6% e chegou a R$ 1,2 bilhão.
Em nota divulgada nessa quarta-feira, o presidente do PSDB em Minas Gerais, Marcus Pestana contestou os dados do governo. “Os números mostram que Minas possui um superávit, o que desmente mais uma vez as propagandas do próprio governo, que afirmam que o estado estaria com déficit de R$ 7 bilhões”, disse. “Em vez de usar o dinheiro em caixa, o governo do PT realizou um verdadeiro terrorismo para tentar justificar a sua incapacidade de gestão”, continuou. Pestana acrescentou que, enquanto acumulava dinheiro, o governo paralisou obras, como foi o caso dos hospitais regionais. “Ao mesmo tempo, deixou de pagar fornecedores e não honrou compromissos com servidores que têm direito à bonificação do acordo de resultados”, disse.
Na Assembleia, a bancada de oposição também atacou. “Como seria possível, em quatro meses, sair de um déficit anunciado de R$ 7 bilhões para um superávit de quase um R$ 1 bilhão?”, indagou o deputado estadual Gustavo Valadares (PSDB), líder da Minoria. Segundo ele, o governo estaria escondendo um aumento na arrecadação do ICMS da ordem de R$ 1,5 bilhão decorrente do custo da energia. “O PT, mais uma vez, mente. Assumiu o estado em ótima condição. O governador cumpre o seu principal dever de casa repassado por Dilma Rousseff: desconstruir a gestão do PSDB ao longo dos últimos 12 anos em Minas”, acrescentou.