A medida colocada pela emenda de Russomanno é criticada por analistas e cientistas políticos por aumentar as chamadas doações ocultas, quando o dinheiro entra no caixa dos partidos e depois é repassado para a campanha de um candidato. Esses repasses acabam tendo a origem empresarial camuflada nas prestações de conta dos candidatos, sem que o eleitor possa fiscalizar qual de fato foi a origem do recurso. E, de toda forma, as campanhas acabam recebendo o recurso empresarial, mas de uma forma menos transparente.
O próprio Russomanno criticou esse mecanismo ao atacar a campanha do seu adversário na campanha municipal de 2012 em São Paulo, o atual prefeito Fernando Haddad (PT).
Russomanno reconhece que é um problema, mas que pode ser solucionado com um projeto de lei que obrigue os partidos a abrir os dados dos repasses. Ele prometeu inclusive que vai encaminhar tal proposta. Sobre coibir a doação empresarial, ele afirmou que o PRB vai lutar por um teto baixo para as doações para partidos no momento da regulamentação da PEC - considerando que ela seja aprovada como está no Senado. Para Russomanno, o ideal seria algo entre 0,2% e 0,3% do faturamento. Hoje, as empresas podem doar até 2% do faturamento bruto para campanhas.
O líder do PRB argumentou ainda que a doação direta de empresas a candidatos é mais maléfica à democracia, pois "entre quatro paredes, dois negociam tudo". Ele argumenta que é mais difícil o eleitor saber o que o candidato pode ter negociado diretamente com empresas doadoras.
Nos bastidores, comentou-se que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pressionou partidos menores para tentar obter maioria nas votações da PEC da Reforma Política. Apesar da derrota em aprovar o "distritão", Cunha conseguiu através da emenda de Russomanno incluir o tema que lhe era caro, que era colocar na Constituição a doação empresarial. O deputado nega que tenha feito a emenda para agradar ao presidente da Câmara. "A mim ele não pressiona em nada, eu não aceito. Não vou ceder a ameaças", declarou..