Rio de Janeiro – Depois de anunciar prejuízo recorde de R$ 21,58 bilhões em 2014, a Petrobras informou nessa quinta-feira (28) à Federação Única dos Petroleiros (FUP) que vai pagar nos próximos dias R$ 1,04 bilhão em participação nos resultados do ano passado aos funcionários, segundo documento publicado pela entidade em sua página na internet. Segundo o sindicato, o bônus é previsto em acordo da categoria mesmo quando a empresa não registra ganhos e não paga dividendos aos acionistas.
Os funcionários receberão o dinheiro em 10 e 17 de junho, conforme a carta enviada pela estatal à FUP, após a Assembleia-Geral Extraordinária dos Acionistas ter aprovado no último dia 25 as demonstrações contábeis apresentadas pela empresa. Os petroleiros poderão ver quanto receberão no simulador que a empresa disponibilizou em seu portal.
O prejuízo anunciado pela empresa teve impacto de perdas de R$ 44,63 bilhões em função da desvalorização de ativos e de outros R$ 6,194 bilhões relativos a valores desviados no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava-Jato. A entidade diz ainda, na nota oficial publicada em seu site, que os “acionistas choram por dividendos”. “Os acionistas da Petrobras bem que tentaram, mas desta vez não receberão dividendos. Revoltados, chegaram a criticar a empresa por agir de forma diferente com os trabalhadores”, diz a nota da FUP. “Os resultados positivos registrados pela empresa em 2014, assim como os lucros fabulosos que marcam sua história, são fruto direto do trabalho dos petroleiros. O acordo de regramento da PLR consolida esse direito.”
Improbidade
A juíza federal Gisele Lemke, de Curitiba (PR), recebeu petição inicial do Ministério Público e abriu ação civil pública de improbidade administrativa contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o empresário Gerson de Mello Almada, da Engevix Engenharia, e outros três executivos. É a primeira ação por improbidade aberta pela Justiça Federal no âmbito da Operação Lava-Jato. Ação por improbidade visa indenização por danos, pagamento de multa, perda de função pública e suspensão dos direitos políticos. Na ação, o MPF pede a condenação dos réus ao pagamento solidário de danos morais em valores não inferiores a R$ 384.892.999,90.