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Estado de Minas

Empresário ligado ao PT é preso em flagrante durante operação da PF

As prisões ocorreram durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Acrônimo


postado em 29/05/2015 12:03 / atualizado em 29/05/2015 18:04

Ao menos quatro pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira, por associação criminosa. Entre eles está o dono da gráfica Brasil e empresário ligado ao PT Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e o ex-assessor do Ministérios da Cidades Marcier Trombiere. As prisões ocorreram durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Acrônimo, deflagrada nesta sexta-feira pela PF no Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul com objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro.

Com um deles foi encontrada uma arma sem registro. Além da aeronave, foram apreendidos cerca de 10 carros de luxo e R$ 100 mil em espécie.Bené e Marcier haviam sido detidos pela PF em outubro do ano passado quando agentes apreenderam R$ 113 mil em uma aeronave que chegava ao Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck. A ação deu início a Operação Acrônimo. No ano passado, Bené atuou na campanha do então candidato e atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.

A PF também fez buscas no apartamento da primeira-dama de Minas, Carolina Pimentel, na Asa Sul, em Brasília.

Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Denis Cali, os agentes foram surpreendidos com documentos e mensagens que mostravam contatos frequentes entre os suspeitos, marcando encontros. A investigação aponta que depois que a aeronave foi apreendida eles continuaram agindo.

Cali afirma que o governador Fernando Pimentel (PT), “até o momento” não é alvo da investigação. Afirmou também que há a possibilidade de a investigação ter novos desdobramentos depois das ações de hoje.

Em nota, Carolina Pimentel afirmou que “viu com surpresa” a operação de busca em sua antiga residência e que “a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”. Já o governo de Minas ressaltou que não e alvo de investigação.

Ex-deputado de Minas

Uma das casas em que a Polícia Federal cumpriu ordem judicial de busca e apreensão nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, foi a do ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT). “Eles chegaram às 6h, vasculharam a casa inteira, levaram dois telefones celulares e um netbook antigo e ao final, me deram um documento em que descrevem o que fizeram e que nada encontraram de interesse da investigação”, relata Virgílio.

Segundo o ex-parlamentar os agentes da Polícia Federal lhe apresentaram uma lista com cerca de 90 nomes e lhe indagaram se os conhecia. “Leram um a um, eu só conhecia seis pessoas, todos parentes do Bené”, afirmou, referindo-se a Benedito Rodrigues, empresário do ramo gráfico, que está sendo investigado pela Polícia Federal e foi preso ontem, junto a outros três sócios. Virgílio disse conhecer Bené, mas não ter qualquer envolvimento com o caso.

Notas fiscais

Conforme as investigações, o grupo emitia notas fiscais com sobrepreço ou para serviços não executados. “Sabemos que houve sobrepreço, inexecução dos contratos e desvio do recurso publico. O objetivo agora é identificar para onde foram esses recursos e para quem”, disse Kali.

O delegado acrescentou que, com o cumprimento dos 90 mandados de busca e apreensão, seis em Minas Gerais, sete no Rio Grande do Sul e 75 no Distrito Federal, será possível confirmar a participação dos principais suspeitos na operação.
Para tentar ocultar a origem dos recursos, os suspeitos usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing, que consiste no fracionando de valores para disfarçar e dificultar a identificação de grandes movimentações bancárias.

Com Agência Brasil


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