Ao menos quatro pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Federal, na manhã desta sexta-feira, por associação criminosa. Entre eles está o dono da gráfica Brasil e empresário ligado ao PT Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, e o ex-assessor do Ministérios da Cidades Marcier Trombiere. As prisões ocorreram durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Acrônimo, deflagrada nesta sexta-feira pela PF no Distrito Federal, em Goiás, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul com objetivo de desarticular um esquema de lavagem de dinheiro.
A PF também fez buscas no apartamento da primeira-dama de Minas, Carolina Pimentel, na Asa Sul, em Brasília.
Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Denis Cali, os agentes foram surpreendidos com documentos e mensagens que mostravam contatos frequentes entre os suspeitos, marcando encontros. A investigação aponta que depois que a aeronave foi apreendida eles continuaram agindo.
Cali afirma que o governador Fernando Pimentel (PT), “até o momento” não é alvo da investigação. Afirmou também que há a possibilidade de a investigação ter novos desdobramentos depois das ações de hoje.
Em nota, Carolina Pimentel afirmou que “viu com surpresa” a operação de busca em sua antiga residência e que “a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas”. Já o governo de Minas ressaltou que não e alvo de investigação.
Ex-deputado de Minas
Uma das casas em que a Polícia Federal cumpriu ordem judicial de busca e apreensão nesta sexta-feira, em Belo Horizonte, foi a do ex-deputado federal Virgílio Guimarães (PT). “Eles chegaram às 6h, vasculharam a casa inteira, levaram dois telefones celulares e um netbook antigo e ao final, me deram um documento em que descrevem o que fizeram e que nada encontraram de interesse da investigação”, relata Virgílio.
Segundo o ex-parlamentar os agentes da Polícia Federal lhe apresentaram uma lista com cerca de 90 nomes e lhe indagaram se os conhecia. “Leram um a um, eu só conhecia seis pessoas, todos parentes do Bené”, afirmou, referindo-se a Benedito Rodrigues, empresário do ramo gráfico, que está sendo investigado pela Polícia Federal e foi preso ontem, junto a outros três sócios. Virgílio disse conhecer Bené, mas não ter qualquer envolvimento com o caso.
Notas fiscais
Conforme as investigações, o grupo emitia notas fiscais com sobrepreço ou para serviços não executados. “Sabemos que houve sobrepreço, inexecução dos contratos e desvio do recurso publico. O objetivo agora é identificar para onde foram esses recursos e para quem”, disse Kali.
O delegado acrescentou que, com o cumprimento dos 90 mandados de busca e apreensão, seis em Minas Gerais, sete no Rio Grande do Sul e 75 no Distrito Federal, será possível confirmar a participação dos principais suspeitos na operação.
Para tentar ocultar a origem dos recursos, os suspeitos usavam laranjas e empregavam uma técnica conhecida como smurffing, que consiste no fracionando de valores para disfarçar e dificultar a identificação de grandes movimentações bancárias.
Com Agência Brasil