O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda vai tentar tornar mais "rígido" o acesso ao fundo partidário dos partidos pequenos e reduzir o tempo de propaganda eleitoral - medida que também provocaria redução do tempo de campanha. As mudanças viriam em projetos de lei infraconstitucionais, que precisam de menos votos para serem aprovados. Ele pretende votar as propostas até o fim da segunda semana de junho, quando concluirá o primeiro turno da reforma política.
"Quando a Câmara decidiu que não vai mudar o sistema eleitoral, é óbvio que não ia votar o fim da coligação proporcional e nem ia votar cláusula de barreira muito forte. É importante saber o seguinte: não foi fruto de qualquer acordo a manutenção da coligação proporcional. O que aconteceu é que três partidos médios, o PR, o PP e o PSD decidiram que iam votar contra o fim das coligações proporcionais. São partidos que têm deputados no Norte e Nordeste que só se elegem naquela região pela coligação proporcional".
Cunha propõe que o tempo de televisão nas coligações majoritárias seria proporcional ao tempo a que teria direito o candidato principal e o de seu vice, sem adicionar o tempo de todos os outros partidos que apoiam aqueles candidatos. "O que temos de fazer agora é na lei eleitoral infraconstitucional colocar regras rígidas de tempo de televisão, não beneficiando partidos pequenos (...) O que temos de fazer é tornar mais rígido o acesso ao fundo partidário e o tempo de televisão por esses partidos pequenos".
O presidente a Câmara fez o comentário ao ser perguntado se a cláusula de barreira aprovada foi branda demais. "É a que foi votada.
Para Cunha, não "tem o menor cabimento" a intenção de um grupo de deputados que pretendem entrar com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) sobre financiamento de empresas privadas a partidos políticos. "Não houve quebra de acordo com os líderes. O que tem é o choro dos derrotados".
Cunha refutou as críticas de que está conduzindo as votações com autoritarismo. "Escuto as críticas dos dois lados, seja de quem está no governo e de quem está na oposição. Isso significa que você toma a decisão conforme o regimento que agrada a um e há momento que agrada a outros. Eu estou aplicando o regimento. No momento em que você me mostrar que eu estou desrespeitando o regimento, aí talvez possa ter razão em alguma crítica", afirmou..