Segundo Melo, mesmo com toda a força política que tem demonstrado desde que assumiu a Presidência da Câmara, Cunha se deixou levar pelo excesso de confiança e até por certa arrogância no trato com seus colegas, como por exemplo, no episódio em que enterrou a comissão especial da reforma política, ignorando e criticando o relatório elaborado durante quatro meses de discussão pelo correligionário Marcelo Castro (PMDB-PI).
"Ele tem poder, mas não o suficiente para tratar os colegas sem o devido respeito", afirma Melo. Para os que acreditam que a derrota deixará Cunha mais brando em seus embates, o cientista político afirma que deverá ocorrer justamente o contrário. E lembra que o peemedebista sabe o momento exato de dar o revide para quem o deixou ressentido.
Sobre essa característica de Cunha, Carlos Melo invoca a música "Não Leve Flores", de Belchior, para falar da cautela que os adversários do peemedebista devem ter: "Não cante vitória muito cedo, não, nem leve flores para a cova do inimigo, que as lágrimas do jovem são fortes como um segredo: podem fazer renascer um mal antigo."
PSDB
Sobre a divisão da bancada no PSDB na votação do "distritão", na qual 21 deputados votaram a favor dessa proposta e 26 foram contrários, Carlos Melo diz que foi um sinal mais eloquente da fraqueza do líder da legenda, senador Aécio Neves, do que (da eventual fraqueza) do próprio Cunha..