Brasília - Deputados que recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para rever a aprovação da emenda que permite a doação empresarial aos partidos acreditam que a repercussão negativa da votação na Câmara dos Deputados influenciará a reanálise da proposta em segundo turno. Como se trata de emenda incluída em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a medida precisa ser aprovada mais uma vez por, no mínimo, 308 votos.
Os deputados consideram que houve irregularidade na votação do financiamento de campanha porque teria ocorrido repetição da votação sobre o mesmo tema e o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teria atropelado o plenário para impor sua vontade. "Nós o derrotamos na votação anterior", lembrou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Independentemente do posicionamento do STF, Bueno põe em dúvida a manutenção do financiamento empresarial na legislação. "Não sei se vai passar no segundo turno", disse.
Os defensores do fim do financiamento por empresas chamam a reforma política em andamento de "contrarreforma". "O financiamento por pessoa jurídica tem que ter um fim e a grande oportunidade que tivemos foi agora. Ficar do jeito que está não é reforma política", avaliou Bueno.