O dono da aeronave é o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, colaborador de campanhas do PT. Em outubro de 2014, Bené foi detido com R$ 116 mil em dinheiro vivo quando chegou a Brasília vindo de Belo Horizonte. O ato motivou a investigação da PF, deflagrada na semana passada, e levantou a suspeita de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Foram detidos, além de Bené, outras quatro pessoas.
Agentes da PF também fizeram buscas num apartamento da esposa de Pimentel, Carolina Pimentel, localizado na Asa Sul, em Brasília, com base em suspeita de que a empresa dela, Oli Comunicação e Imagens, seja "fantasma", o que está sendo negado pela defesa da primeira-dama do Estado e pelo governador que concedeu coletiva neste último sábado (30). Outros alvos foram dois imóveis, em Belo Horizonte, do ex-deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), aliado de Pimentel. O advogado de Carolina, Pierpaolo Bottini, informou que os documentos que comprovam a inocência da esposa de Pimentel seriam entregues ao juiz da investigação na tarde desta segunda-feira.
Cassação
O PSDB-MG também lembrou, na nota, que a campanha do petista gastou R$ 10,170 milhões além do limite permitido, que já teve aplicação de multa em quase R$ 51 milhões, com desaprovação de contas pelo tribunal e pedido de cassação do mandato de Pimentel pela Procuradoria Regional Eleitoral de Minas. O processo está sendo apreciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
O diretório estadual do PSDB mineiro informou ainda que já tinha apresentado ao MP um pedido de investigação referente à utilização de aviões e helicópteros na campanha, que apontariam "a prática de caixa dois, já que aeronaves utilizadas não constam na declaração" e que Pimentel também responde a uma ação do partido de cassação "em razão da utilização política dos Correios na campanha eleitoral".
"A essas graves irregularidades, soma-se agora, uma planilha apreendida pela Policia Federal que atesta, ao que tudo indica, a contabilidade de caixa dois da campanha petista no Estado e o possível uso de empresas de fachada que receberam recursos públicos desviados para campanhas do partido", ressaltou o PSDB, na nota. Procurado, o diretório estadual do PT em Minas disse que não irá se pronunciar sobre a ação do PSDB..