O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), reúne-se nesta terça-feira em Belo Horizonte com o governador Fernando Pimentel (PT) e com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) para definir os próximos passos do projeto de expansão do metrô da capital, investimentos em habitação na região metropolitana e ações de saneamento. Em meio ao cenário de cortes nas receitas previstas no Orçamento da União – a pasta das Cidades foi a mais afetada, com bloqueio de R$ 17,2 bilhões – Kassab admite que em 2015 ocorrerão “deslizamentos nos investimentos”, com gastos sendo adiados para os próximos anos. Ainda não há sequer data para o início das obras do metrô, mas o ministro diz que espera manter o cronograma de execução e conta com melhorias no cenário econômico para retomar o nível dos investimentos em infraestrutura.
A primeira etapa da ampliação do metrô ocorrerá em Contagem, com a extensão de cerca de 2,5 quilômetros na linha 1, que terá uma nova estação no Bairro Novo Eldorado. Lá, o trem fará conexão com linhas de ônibus que virão de municípios vizinhos da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “As equipes técnicas já chegaram à conclusão de que a obra deverá se iniciar pela ampliação da linha 1. Vamos modernizar o trecho já existente, que atenderá um público de 900 mil passageiros”, afirmou Kassab, em entrevista nessa segunda-feira ao Estado de Minas.
O ministro admitiu que os ajustes determinados pelo Palácio no Planalto para que a economia do país volte a crescer farão com que alguns gastos previstos para este ano sejam empurrados para os próximos, mas aposta que esse movimento não vai impactar tanto o prazo final das obras. “Este ano haverá deslizamentos de investimentos, mas, essa é uma obra de longo prazo e os recursos estarão garantidos”, explicou Kassab.
Com o projeto de modernização da linha 1 (Eldorado/Vilarinho), que prevê melhorias nas estações e substituição dos trens usados hoje, a intenção é tornar a viagem mais rápida e confortável para os usuários e ampliar o número de passageiros, passando dos 220 mil atuais para cerca de 900 mil. Já a construção das novas linhas do metrô de Belo Horizonte – linha 2, entre o Barreiro e o Bairro Nova Suíça; e linha 3, entre a Savassi e a Estação Lagoinha – devem ficar para o segundo semestre de 2016 ou 2017.
No cronograma inicial, apresentado em 2011, quando a obra de ampliação do metrô foi incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Grandes Cidades, a previsão era de que as melhorias na linha 1 estariam prontas em 2015, com as novas máquinas em operação e as estações já revitalizadas.
As novas máquinas, que substituirão os trens em operação atualmente, já começaram a chegar a Belo Horizonte. Ao preço de R$ 172 milhões, cinco trens mais modernos foram entregues à Companhia Brasileira de Transporte Urbana (CBTU) em novembro do ano passado, mas devem permanecer parados por um longo tempo, uma vez que só poderão entrar em operação quanto o sistema for inteiramente adaptado. O Ministério das Cidades não tem uma previsão de quando as obras de modernização na linha 1 ficarão prontas.
Duas perguntas para ...
Gilberto Kassab
A ampliação do metrô se tornou uma obra de ficção para os belo-horizontinos. Apesar de muitas promessas, o projeto já passou por vários adiamentos. Quando finalmente começará?
As equipes técnicas já chegaram conclusão de que a obra deverá se iniciar na ampliação da linha 1. Vamos modernizar o trecho já existente, que atenderá um público de 900 mil assageiros, muito superior aos 220 mil atuais. O trecho também será estendido até a stação do Novo Eldorado, em Contagem. Este ano haverá deslizamentos de investimentos, mas, essa é uma obra de longo prazo e os recursos estarão garantidos. Foi apontada como prioridade pela presidenta Dilma. Estamos tranquilos em relação a essa obra daqui para frente e não deixaremos de cumprir os compromissos para o metrô. No encontro e hoje vamos analisar alguns pontos desse projeto.
O anúncio de contingenciamento no Orçamento da União atingiu em cheio o Ministério das Cidades, que teve o maior corte – R$ 17,2 bilhões. Como a pasta, que coordena as principais ações de mobilidade nas grandes cidades, vai gerenciar tamanho bloqueio?
Estamos disciplinados nos deveres de casa.