Haddad foi alvo de vaias de parte da plateia do musical após a apresentação, quando o protagonista da peça agradecia a presença de autoridades. O prefeito estava acompanhado do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita (PMDB).
"Percebi que a vaia estava aumentando. Disse que estávamos numa democracia, que todo mundo tem o direito de se manifestar, mas que estávamos ali para celebrar Chaplin", relatou Jarbas.
Depois disso, o ator voltou a agradecer o público e se despediu. A orquestra tocou uma música para amenizar o clima de constrangimento e as cortinas se fecharam. A Prefeitura afirmou ontem que "as vaias ao prefeito Fernando Haddad fazem parte da democracia".
Pessoas que estavam na apresentação também disseram que professores e crianças que assistiram à peça pediram para tirar fotos com Haddad. Ao término do espetáculo, Haddad e Chalita foram ao camarim - as vaias não foram tema da conversa com o elenco. A atriz Claudia Raia, uma das produtoras do musical, também participou do bate-papo.
'Errado'
Em entrevista recente à revista Vice, Haddad mostrou desconforto com protestos contra políticos feitos em ambiente ou momentos da vida particular.
"Eu não fui o primeiro prefeito hostilizado dessa maneira por eles, mas não recomendo para as pessoas progressistas agirem dessa maneira contra nenhum político", disse Haddad. "Eu acho errado, mas penso que eles vêm de uma tradição política complicada, uma visão antiestatal. Para minha formação de esquerda democrática, vejo com alguma preocupação a forma como eles se organizam, embora reconheça a legitimidade da reivindicação."
No mês passado, a presidente Dilma Rousseff foi recebida com panelaço em sua chegada ao casamento do cardiologista Roberto Kalil Filho. O secretário municipal Alexandre Padilha foi alvo de protesto em uma churrascaria nos Jardins. Na semana seguinte, o ex-ministro Guido Mantega foi hostilizado pela segunda vez, também em um restaurante - a primeira havia sido no Hospital Albert Einstein, no Morumbi.
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