Curitiba e São Paulo - O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró pediu à Justiça nessa segunda-feira, 1, para ser transferido para o Complexo Médico Penal do Paraná. Ele está preso desde janeiro deste ano na Polícia Federal, em Curitiba, base das investigações da Operação Lava-Jato.
"O pedido se justifica ante as reiteradas manifestações do Departamento de Polícia Federal de Curitiba - Paraná nesse sentido, com as quais anui o peticionário", diz o documento subscrito pelo advogado Edson Ribeiro, que defende o ex-diretor.
Nas últimas semanas, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, mandou transferir muitos outros acusados para o Complexo Médico Penal, situado na região metropolitana de Curitiba. O juiz atendeu pedido da Polícia Federal, que alegou não ter espaço suficiente para alojar todos os réus da Lava-Jato.
Cerveró respondia a dois processos no âmbito da Lava-Jato. Na semana passada, ele foi condenado pela Justiça Federal em uma das ações, a cinco anos de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro na compra de apartamento de luxo em Ipanema, zona Sul do Rio, hoje avaliado em R$ 7,5 milhões.
A sentença é do juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato. Moro decretou também confisco do imóvel que, segundo o Ministério Público Federal foi adquirido "com produto de crimes de corrupção" na Petrobras.
Para ocultar "a origem e natureza criminosa dos valores envolvidos na aquisição, bem como o real titular dos valores e do imóvel", Nestor Cerveró constituiu, de acordo com a denúncia da força tarefa da Lava-Jato, em 12 de abril de 2007, a empresa Jolmey Sociedad Anonima no Uruguai.
Em 7 de novembro de 2008, o ex-diretor da estatal montou uma subsidiária da Jolmey no Brasil, a Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda. O capital da empresa brasileira foi constituído por investimento direto da Jolmey, ingressando cerca de R$ 2,6 milhões do exterior. Desse total, R$ 1,53 milhão foram utilizados para aquisição do imóvel e o restante para reforma do imóvel e pagamentos de tributos e honorários advocatícios.