Brasília - O Itamaraty divulgou nesta terça-feira uma nota em que lamenta a decisão do governo da Turquia de chamar para consultas seu embaixador no Brasil, Hüseyin Diriöz, depois de o Senado brasileiro ter aprovado um voto de solidariedade ao povo armênio pelas mortes ocorridas durante a primeira guerra mundial. No texto, o Ministério das Relações Exteriores ainda critica o tom do texto divulgado à imprensa pela Chancelaria Turca.
De acordo com o Itamaraty, no dia 1º de junho o embaixador turco foi chamado para uma conversa com o secretário-geral do MRE, Sérgio Danese, onde teria recebido "amplas explicações sobre os procedimentos então em curso no Senado, sobre o sentido do Requerimento e sobre a tradicional posição do Brasil na matéria, que permanece inalterada. As mesmas explicações foram transmitidas pelo Secretário-Geral ao Embaixador da Armênia", diz o texto.
O Ministério explica, ainda, que o Senado "agiu dentro das suas prerrogativas constitucionais e em consonância com o princípio da independência de Poderes consagrada pela Constituição brasileira".
Em sua nota, a chancelaria turca afirma que a resolução do Senado "distorce verdades históricas e ignora a lei", classificando ainda o texto de "irresponsável".