O doleiro confirmou o que havia dito em seus depoimentos à Operação Lava-Jato e à CPI da Petrobras sobre o esquema de corrupção e desvios na Petrobras, iniciado em 2004 e que teria continuado até o ano passado.
Youssef não apontou elementos específicos sobre a campanha de 2014 da candidata do PT, segundo a defesa da presidente.
O doleiro revelou nos acordos de delação premiada seu envolvimento com o uso de doações eleitorais aos partidos envolvidos - PT, PMDB e PP - como forma de ocultar propina da Petrobras.
Preso desde março de 2014 - acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa por conta dos desvios na Petrobras -, Youssef estava na Custódia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no período da disputa eleitoral. Atualmente, ele no Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. O depoimento começou por volta das 9h30 e durou cerca de uma hora.
O depoimento faz parte da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) aberta a pedido do PSDB, no final de 2014, pelo TSE. O partido pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff por abuso de poder político e econômico.
Entre outros fatos, o PSDB e a Coligação Muda Brasil - do candidato derrotado do partido, Aécio Neves (MG) - alegam na ação apresentada ao TSE que a campanha eleitoral de 2010 da requerida Dilma Rousseff foi financiada, em parte, por dinheiro oriundo da corrupção da Petrobras.
O advogado José Eduardo Rangel de Alckmin acompanhou a oitiva pelo PSDB. O partido sustenta que há elementos que indicam que recursos públicos desviados da Petrobras que foram parar na campanha de Dilma influenciaram o resultado das eleições de 2014, em favor de sua reeleição.
"Não se trata de um ato isolado, mas sim de uma prática costumeira, com início no ano de 2004, para o financiamento de partidos políticos aliados ao Governo Federal."
Ex-diretor
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já foi ouvido pela Justiça Eleitoral, no Rio, onde cumpre prisão domiciliar dentro dessa ação. As investigação são conduzidas pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha.
Costa reiterou as informações dadas em sua delação premiada no âmbito da Operação Lava-Jato sobre um repasse à campanha presidencial do PT de 2010, mas disse não ter como confirmar qualquer informação sobre a campanha de 2014.
Costa relatou à força-tarefa da Lava-Jato e à CPI da estatal o suposto pagamento de R$ 2 milhões à campanha de Dilma, em 2010. Segundo ele, o repasse foi feito a pedido do doleiro Alberto Youssef..