Todos são acusados de envolvimento com o esquema de corrupção e cartel de construtoras que se apossou de contratos bilionários da Petrobras no período entre 2003 e 2014.
Os procuradores pedem a condenação por corrupção passiva dos principais delatores da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Eles estão requerendo a condenação dos executivos da OAS ao pagamento de indenização por danos à estatal petrolífera de R$ 211,82 milhões, equivalentes a 3% do valor total de todos os contratos e aditivos "no interesse dos quais houve a corrupção de empregados da Petrobras".
"Tal valor é estimado com base no fato de que é possível supor que os denunciados causaram danos a Petrobras de pelo menos o valor das propinas que foram pagas, a agentes públicos e privados, em decorrência dos referidos contratos", assinalam os procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
Este processo se refere a atos de corrupção da OAS em contratos e aditivos celebrados por consórcios dos quais fez parte para as refinarias Repar e Rnest (Abreu e LIma). Segundo a Procuradoria da República, os representantes da empresa vencedora de cada licitação, previamente definida pelo cartel, prometiam e ofereciam propinas, que variavam entre 1% a 5% do valor dos contratos e aditivos, a diretores de cada área de negócios da Petrobras e a intermediários, como o doleiro Youssef.
O Ministério Público aponta que Léo Pinheiro e Agenor Medeiros, gestores da OAS, eram os responsáveis pela tomada de decisões da empresa, incluindo a promessa e oferta de propinas, 'na qual atuavam diretamente', e a 'coordenação do branqueamento dos respectivos valores'.
Diretor financeiro afastado da empreiteira, Mateus Coutinho seria o responsável pela liberação dos pagamentos. O Ministério Público Federal afirma que ele tinha papel de destaque na promessa e na oferta da propina e teria mantido conta com Youssef.
José Ricardo Breghirolli é apontado, pela Procuradoria, como a pessoa que coordenava efetivamente a "entrega física de propina". A força-tarefa pediu, também, a condenação de Léo Pinheiro e Agenor Franklin pelo crime de uso de documentos falsificados, relativa a contratos com empresas de fachada do doleiro, M.O., Rigidez e RCI.
A OAS nega taxativamente ter participado de cartel na Petrobras. Nega também ter realizado pagamento de propinas. A empreiteira terá, agora, oportunidade de apresentar à Justiça suas alegações finais.
O criminalista Edward Rocha, que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, reagiu taxativamente aos argumentos derradeiros da força-tarefa da Operação Lava-Jato.