CPI da Petrobras ouve funcionários da estatal envolvidos em licitação de refinaria

Seis funcionários da estatal são acusados de irregularidades e serão ouvidos na qualidade de testemunhas - e, como tal, são obrigados a dizer a verdade.

Estado de Minas
CPI da Petrobras ouve nesta quarta-feira seis funcionários e ex-funcionários da estatal que tiveram envolvimento em fases de licitação e construção das refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco; Henrique Lage, em São Paulo; Presidente Vargas, no Paraná; e Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.

Um dos convocados, Carlos Frederico Trevia, é ex-gerente de Relacionamento e Comunicação da Petrobras.
Além de Trevia, serão ouvidos Marcos José Pessoa de Resende, Maurício Guedes , Heyder de Moura Carvalho, Nilton Maia e Sérgio.

Eles não são acusados de irregularidades e serão ouvidos na qualidade de testemunhas – e, como tal, são obrigados a dizer a verdade. Todos foram convocados a pedido do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), sub-relator responsável pela investigação do superfaturamento na construção de refinarias.

Os deputados querem saber detalhes do processo de formação de preços das obras licitadas pela Petrobras. A estatal aceitava propostas que estivessem dentro de uma margem que variava de 15% a menos até 20% a mais que a estimativa de custos feita pela própria petrolífera.

Na última segunda-feira, a CPI ouviu sete funcionários da Petrobras. Eles negaram sobrepreço e irregularidades nos procedimentos internos da empresa.

Irregularidades


Segundo o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras Pedro Barusco, houve formação de cartel das empresas na construção dos 12 pacotes de obras da refinaria Abreu e Lima (Rnest). Os contratos foram fechados com preços perto do máximo. Ele disse que apenas o pacote de obras para a Unidade de Hidrotratamento foi fechado em R$ 3,19 bi. A proposta foi do consórcio Conest, composto pela Odebrecht e OAS.

Já a Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP), teria rendido propina a diretores da Petrobras, segundo o empresário Júlio Camargo, da empresa Toyo Setal.
Ele afirmou ter pagado R$ 6 milhões ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e a Barusco.

Ele disse o mesmo a respeito das obras da refinaria Presidente Vargas (Repar), em Araucária (PR), e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí (RJ). Já a refinaria de Capuava consta de uma planilha de pagamentos encontrada no escritório do doleiro Alberto Youssef.

Com Agência Câmara.