Também foram pedidas 59 quebras de sigilo bancário, principalmente de empresários. Até esta edição ser concluída, 47 pessoas foram presas. Uma delas é o ex-inspetor-geral de Fiscalização da Receita Estadual Márcio de Albuquerque Lima, parceiro de Richa em corridas de automobilismo que havia sido alvo de mandado de prisão anterior. Ele é apontado pelo Ministério Público como chefe do esquema. O advogado de Lima, Douglas Maranhão, não quis comentar a nova ordem de prisão contra o cliente.
Já o empresário Luiz Abi Antoun - que Richa diz ser seu "parente distante" e que havia ficado oito dias preso em outra investigação, sobre irregularidades em uma licitação do governo - não foi localizado ontem e é considerado foragido. O advogado do empresário, Luiz Carlos Mendes, disse que "não sabia sobre o mandado de prisão" nem sobre o paradeiro do cliente.
Laços
Segundo as investigações, os integrantes do esquema cobravam propina para anular débitos milionários de empresas com o fisco paranaense.
Segundo o Ministério Público, 13 empresas participaram do esquema de propinas e fraudes. A Justiça aceitou as denúncias feitas contra 62 pessoas: auditores fiscais da Receita Estadual, 15 empresários, 14 "laranjas", 11 contadores, três auxiliares administrativos, dois funcionários públicos, um policial civil e um administrador de empresas. O grupo responde por corrupção passiva, formação de organização criminosa, falso testemunho e falsidade ideológica, entre outros.
Em nota divulgada ontem, o governo deu a entender que os problemas na Receita seriam conhecidos há três décadas, mas não disse que medidas foram tomadas pela gestão Beto Richa para coibi-los. O governo disse que colabora com as investigações e "defende a punição de todos os envolvidos que tiverem a culpa comprovada". .