O atentado foi tramado como tentativa de recrudescimento da ditadura, que chegava ao fim. Bierrenbach escreveu livro sobre o caso Riocentro e sustentou, em depoimento na Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2014, que a investigação oficial foi forjada para não incriminar militares de alta patente que tramaram a explosão.
Nascido em Sorocaba (SP), Bierrenbach foi nomeado ministro do STM em junho de 1977, pelo então presidente Ernesto Geisel. A biografia do ex-ministro registrada no site do tribunal destaca que, já no discurso de posse, Bierrenbach "declarou serem os presos intocáveis e que as inquirições deveriam ser conduzidas com inteligência e não com violência".
A biografia cita declaração do almirante ao reagir contra a morosidade das investigações do Riocentro: "enquanto órgãos policiais não apurarem e não apresentarem elementos suficientes à Justiça Militar, os crimes de terror continuarão impunes". Duas investigações militares sobre o atentado foram arquivadas, sem que houvesse condenados.
Bierrenbach passou mal na madrugada desta quinta em casa, em Ipanema (zona sul), onde morreu. O velório acontece nesta sexta-feira, 12, no Cemitério São João Batista, em Botafogo (zona sul).