Sobre as críticas internas da sua atuação na política carioca, após ter sido derrotado para reeleição em seu Estado, Tarso rebate que a política não precisa ser restrita geograficamente. "Essa questão parte de uma concepção feudal de política que não tem cabimento", argumentou.
O presidente do PT fluminense, Washington Quaquá, acusa Tarso de ter intenções meramente eleitoreiras. "A gente também quer uma atuação de esquerda no Rio, com o PCdoB, MTST, movimentos, mas para uma articulação social, não para uma atuação eleitoreira como quer o Tarso. Um administrador público tem como sua primeira prova a reeleição, ele não conseguiu se reeleger no Sul e quer interferir no Rio", disse à reportagem.
Tarso, por sua vez, nega ter qualquer intenção "eleitoreira". Ele é crítico da aliança do PT com o PMDB em esfera nacional e no Rio de Janeiro - onde o petista Adilson Pires é vice do prefeito, o peemedebista Eduardo Paes.
A tendência majoritária do PT no Rio hoje é manter a parceria com o PMDB em 2016, na eleição do sucessor de Paes, para tentar assegurar o apoio do PMDB em 2018, possivelmente num retorno do ex-presidente Lula. Tarso se diz favorável a uma outra opção. O ex-governador gaúcho articula com quadros mais à esquerda no PT fluminense, como o senador Lindbergh Farias, uma ruptura dessa aliança e lançamento de candidatura própria, mesmo que seja do próprio Adilson.
Tarso admite que sua articulação é minoritária no PT-RJ, com apoio de menos de 20% do partido no Estado, mas diz que isso não é motivo para se desmobilizar. "Isso só mostra o quão equivocada está a política do PT no Rio. Eu não advogo por desembarcarmos do governo Paes agora. Nós temos o vice. Mas tinha que estar apontando em outra direção", afirmou Tarso..