O ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro (PT) disse nesta sexta-feira, 12, que não vai transferir seu título de eleitor para o Rio de Janeiro, apesar de ter passado a atuar pela formação de uma frente de esquerda na capital fluminense. "Não pretendo transferir meu título, não sou candidato, participo de uma articulação no Rio que tem reflexos em São Paulo e no país inteiro", afirmou.
O presidente do PT fluminense, Washington Quaquá, acusa Tarso de ter intenções meramente eleitoreiras. "A gente também quer uma atuação de esquerda no Rio, com o PCdoB, MTST, movimentos, mas para uma articulação social, não para uma atuação eleitoreira como quer o Tarso. Um administrador público tem como sua primeira prova a reeleição, ele não conseguiu se reeleger no Sul e quer interferir no Rio", disse à reportagem.
Tarso, por sua vez, nega ter qualquer intenção "eleitoreira". Ele é crítico da aliança do PT com o PMDB em esfera nacional e no Rio de Janeiro - onde o petista Adilson Pires é vice do prefeito, o peemedebista Eduardo Paes.
A tendência majoritária do PT no Rio hoje é manter a parceria com o PMDB em 2016, na eleição do sucessor de Paes, para tentar assegurar o apoio do PMDB em 2018, possivelmente num retorno do ex-presidente Lula. Tarso se diz favorável a uma outra opção. O ex-governador gaúcho articula com quadros mais à esquerda no PT fluminense, como o senador Lindbergh Farias, uma ruptura dessa aliança e lançamento de candidatura própria, mesmo que seja do próprio Adilson. "Na nossa opinião, não está ruim o PT no Rio sob a liderança do Adilson, muito pelo contrário, eu quero ele como candidato (em 2016)."
Tarso admite que sua articulação é minoritária no PT-RJ, com apoio de menos de 20% do partido no Estado, mas diz que isso não é motivo para se desmobilizar. "Isso só mostra o quão equivocada está a política do PT no Rio. Eu não advogo por desembarcarmos do governo Paes agora. Nós temos o vice. Mas tinha que estar apontando em outra direção", afirmou Tarso.