Nove vereadores da Câmara Municipal do Patrocínio de Muriaé, na Zona da Mata mineira, estão sem lugar para trabalhar. Eles foram despejados do segundo pavimento da prefeitura a pedido do prefeito da cidade, Pablo Emílio Correa (PPS), Pablo da Laninha, que conseguiu na Justiça a ordem de despejo na quinta-feira. Ele alegou na ação que precisava de espaço para “expandir os arquivos da prefeitura”, que funciona em um prédio de dois andares. Documentos e mobiliário da antiga sede do Legislativo – uma área de 112 metros quadrados, que abrigava o plenário, uma sala para a secretaria e um banheiro – estão agora na casa do presidente da Câmara, vereador Paulo Roberto Campos de Morais (Pros).
Até ontem ainda era uma incógnita o local da futura sede do Legislativo, onde os vereadores passarão a fazer as tradicionais reuniões semanais, que ocorrem sempre às segundas-feiras. “Não sei”, limitou-se a responder o prefeito. “Um engenheiro vai fazer a reestruturação do espaço”, disse.
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CLÍNICA Outra suspeita contra a administração de Correa, que motivou a abertura de uma CPI, se refere ao repasse mensal da prefeitura para uma clínica onde deveriam funcionar consultórios médicos e de psicologia. De acordo com o presidente da Câmara, no local funciona, no entanto, uma residência onde mora uma enfermeira que é também funcionária da prefeitura. “Essa clínica foi aberta em agosto de 2013 e desde então temos notícia que o repasse mensal é de aproximadamente R$ 50 mil”, afirma o presidente da Câmara. De acordo com o vereador, a CPI que apura o caso tem uma nota fiscal datada de março de 2014, atestando o repasse de R$ 54 mil para a suposta clínica. Ele afirma que os sócios da enfermeira também são servidores da prefeitura.
“Não posso responder por uma nota que foi emitida quando não estava no cargo”, disse o prefeito. Para ele, todas as denúncias dos vereadores vão se revelar inócuas. Correa afirma que o que deveria estar em discussão é para onde vão os recursos que a prefeitura repassa mensalmente para a Câmara. “São R$ 54 mil mensais. São nove vereadores recebendo em torno de R$ 2,7 mil por mês. Então, sobram quase R$ 30 mil, suficientes para eles alugarem outro imóvel”, afirmou o prefeito. “Não vou responder a isso”, encerrou o presidente do Legislativo.