Os ministros de Dilma estão divididos em relação ao caminho a ser seguido a respeito do fator previdenciário. A equipe econômica quer que a presidente vete a emenda, sob o argumento de que sancioná-la enviaria um "sinal trocado" na política de controle dos gastos públicos. Embora a proposta não traga grande impacto no curto prazo, cálculos do governo apontam que, em 10 anos, a conta deverá somar R$ 40 bilhões.
Por outro lado, ministros mais políticos argumentam que o Planalto não está em situação de abrir uma nova frente de disputa com o Congresso Nacional. A flexibilização do fator teve amplo apoio entre deputados e senadores e a avaliação é que um veto tem grandes chances de ser derrubado pelo Legislativo.
Esses auxiliares dizem que o melhor é sancionar o texto e em seguida enviar ao Legislativo uma proposta que inclua travas à emenda aprovada pelos parlamentares. A fórmula votada pelo Congresso permite que a aposentadoria seja integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 anos, para as mulheres, ou 95 anos, para os homens. Uma das ideias discutidas no governo é estabelecer um cálculo progressivo, pelo qual a fórmula 85/95 aumentaria de acordo com a evolução da expectativa de vida da população.
O tema tem centralizado as atenções do Planalto.
Desoneração
Nesta semana, Dilma tem ainda pela frente uma votação considerada vital para o ajuste fiscal em implementação no País. A Câmara deve analisar um projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamentos e não há acordo entre o Planalto e o PMDB sobre o parecer que será apreciado.
O relator e líder do PMDB, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), quer dar um tratamento diferenciado, com alíquotas mais vantajosas a quatro setores econômicos - comunicação social, transportes tecnologia da informação e cesta básica. O governo, por sua vez, rechaça essa possibilidade, sob a justificativa de que isso "abriria a porteira" para novas concessões..