Em reunião realizada nessa segunda-feira com dirigentes de seis centrais sindicais, ministros disseram que a fórmula 85/95, avalizada pelo Congresso, "quebra a Previdência" e ouviram da CUT, braço sindical do PT, a ameaça de que, se houver veto, a entidade deixará o fórum de negociações com o governo.
Gabas comparou o impacto da aprovação da fórmula 85/95 ao de uma carreta desgovernada, que poderia virar a qualquer momento.
Na tentativa de evitar mais desgaste político, Dilma pretende apresentar até quarta-feira, 17, prazo final para sanção ou veto do projeto, uma proposta alternativa à fórmula pela qual o trabalhador pode pedir aposentadoria integral, sem o corte do fator previdenciário, sempre que a soma da idade com o tempo de contribuição atingir 85 anos para mulheres e 95 para homens.
A fixação de uma idade mínima para a aposentadoria, com a adoção da fórmula "85/95 progressiva", que variaria de três em três anos, de acordo com cálculos de expectativa de vida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é uma opção em estudo pelo governo.
"Isso é viável", disse Dilma em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo publicada no dia 8. O argumento do Planalto para o veto é que o Brasil é um dos únicos países que possui aposentadoria por tempo de contribuição, sem exigência de idade mínima.
Embora Gabas tenha dito publicamente que Dilma ainda não decidiu se vetará mesmo o projeto, todas as suas declarações foram nesse sentido.
Reação
Os senadores do PT Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA) vão lançar hoje uma campanha de mobilização contra o veto presidencial. A campanha da dupla também entrará nas redes sociais.
Em maio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, se Dilma não sancionasse o projeto com as novas regras para a aposentadoria, estaria dando uma "pedalada" no aposentado. Era uma referência irônica às manobras feitas pelo Tesouro com dinheiro de bancos públicos federais. .