Deputados do PT obstruem sessão da CPI da Petrobras após bronca de Lula

Paulo Okamoto é presidente do Instituto Lula e sócio do ex-presidente em uma empresa de consuloria - Foto:
Brasília - Após a bronca do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a bancada petista compareceu em peso na CPI da Petrobras, na Câmara, nesta terça-feira. Os petistas vieram dispostos a obstruir a sessão e começaram os trabalhos pedindo, por volta das 10h, a leitura da ata da última reunião - ato que geralmente é dispensado para agilizar os trabalhos. O relator Luiz Sérgio (PT-RJ) fez questão de registrar que votou contra todos os 140 requerimentos aprovados na semana passada.

Lula passou um pito em dirigentes e deputados do PT na semana passada e telefonou para o vice-presidente Michel Temer para se queixar do comportamento da bancada do PMDB. O motivo do mal-estar foi a aprovação, na quinta-feira, da convocação de Paulo Okamotto, diretor-presidente do Instituto Lula, pela CPI.

"Vocês não podem deixar o PT levar essa bola nas costas", disse Lula, em conversa reservada com petistas, no segundo dia do 5º Congresso nacional do PT, em Salvador. O ex-presidente disse que a situação era inadmissível e que os petistas estavam sendo "emparedados" na comissão.

Numa sessão tumultuada, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras aprovou, na quinta-feira (11) 140 novos requerimentos, entre eles, a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, a quebra de sigilos do ex-ministro José Dirceu e de sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria, a convocação e quebra de sigilo do lobista Milton Pascowitch, além de acareações entre os principais personagens da Operação Lava-Jato.

Estão previstos nesta terça-feira na CPI os depoimentos dos ex-executivos da Sete Brasil João Carlos de Medeiros Ferraz (ex-presidente) e de Newton Carneiro da Cunha (ex-presidente do Conselho Administrativo)..