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Estado de Minas

Silêncio da Venezuela é visto como uma negativa, diz Aécio

Senadores da oposição aprovaram na Comissão de Relações Exteriores do Senado a ida de uma delegação à Venezuela para uma visita de solidariedade aos opositores venezuelanos


postado em 16/06/2015 13:37 / atualizado em 16/06/2015 13:52

Brasília - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), considerou nesta terça-feira que o silêncio do governo venezuelano a uma autorização para a comitiva do Senado desembarcar em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) no País, é uma sinalização de que não são "bem-vindos".

"Não tivemos até agora uma resposta a essa autorização. Passo a interpretar que, se temos uma viagem marcada para depois de amanhã e ainda não há uma autorização para que desçamos na Venezuela, não há uma vontade, na minha interpretação, de que estejamos lá. Mas há outras alternativas", ressaltou Aécio Neves, após encontro da Executiva do PSDB em Brasília.

"A nossa solidariedade é ao povo venezuelano. Acabo de falar com a deputada Maria Corina, com a Tintori (mulher do opositor venezuelano Leopoldo López) e eles nos estão aguardando na quinta-feira, 18. E vamos fazer uma manifestação pacífica pela libertação dos presos políticos e pela definição de uma data para as eleições parlamentares que deverão ser acompanhados por organismos internacionais. Cumpriremos então, um papel que o governo brasileiro em todos esses últimos anos não vem cumprindo", emendou o tucano.

Na segunda-feira, 15, senadores da oposição aprovaram na Comissão de Relações Exteriores do Senado a ida de uma delegação à Venezuela para uma visita de solidariedade aos opositores venezuelanos que estão presos, acusados de incitar o uso da violência nos protestos contra o presidente Nicolás Maduro no ano passado.

O presidente da comissão, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), reforçou o coro de que o silêncio do governo venezuelano demonstra falta de interesse das autoridades do país vizinho no desembarque dos parlamentares em Caracas.

"O ministro Jaques Wagner (da Defesa) foi solicitado pelo presidente do Senado a ceder uma aeronave da FAB para levar essa delegação, que é uma delegação oficial resultante de uma deliberação do Senado. O ministro Wagner encaminhou essa solicitação às autoridades venezuelanas porque, em se tratando de um avião militar, é preciso autorização para pouso e até agora não há uma respostas. Diante disso, entendemos que é uma negação", ressaltou.

Para o tucano, o caso pode parar nas Justiça internacional. "Nós estamos estudando inclusive medidas judiciais porque o comprometimento da Venezuela com a causa democrática atende a um acordo firmado pela Venezuela e pelo Brasil quando a Venezuela ingressou na Mercosul e é uma das cláusulas democráticas do Mercosul e também da OEA (Organização dos Estados Americanos). De modo que é preciso que a OEA e o Mercosul se pronunciem sobre a questão da permanência da Venezuela dada a infringência notória das cláusulas democráticas", defendeu.

Alternativas


Entre as alternativas estudadas pelos senadores está a ida a Caracas por meio de um avião comercial ou o fretamento de uma aeronave que seria custeado pelo PSDB e o DEM. Além de integrantes dos dois partidos, há a previsão de que representantes do PMDB, PSD e PSB também façam parte da comitiva.

"O voo de carreira seria mais barato, mas você não tem a mobilidade do horário de saída e chegada", considerou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). Segundo ele, numa decisão de irem a Venezuela com um avião privado também está embutida a questão de segurança dos parlamentares. "Também por uma questão de segurança. Vai que esse avião (da FAB) dá uma pane. A gente já perdeu muita gente, né. Seguro morreu de velho", disse.

Carcereiro

Segundo o senador Aloysio Nunes, não está descartada a possibilidade de eles serem impedidos de ingressarem nos presídios como já ocorreu com outras autoridades. Questionado a quem deverão recorrer para ter acesso aos cárceres, o tucano afirmou: "Ao carcereiro. Vamos procurar quem administra o presídio e pedir para visitar. Se disser não, levaremos isso em conta e faremos outras manifestações".


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