Hallack é o presidente do Conselho de Administração do grupo Camargo Corrêa.
Executivos
A PF mira em contrato da Camargo Corrêa com a empresa JD Assessoria e Consultoria, que era controlada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil do governo Lula) - atualmente a consultoria está 'inoperante', cessadas todas as suas atividades, informou o advogado de Dirceu, criminalista Roberto Podval, em petição protocolada em abril na Justiça Federal do Paraná.
É a primeira vez que a PF cita nos autos da Lava-Jato os nomes de Celso Ferreira de Oliveira e de Vitor Hallack, do alto escalão da empreiteira. Celso Ferreira de Oliveira foi presidente da Construtora Camargo Corrêa quando da assinatura de contratos com a Petrobras - hoje, ele é presidente da Construtora Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Vitor Hallack é presidente do Conselho de Administração da holding.
Até aqui, a PF havia centralizado as investigações em três executivos da empreiteira - Dalton dos Santos Avancini, Eduardo Leite e João Ricardo Auller -, todos eles por suspeita de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Os três foram presos em novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, fase da Lava Jato que mirou exclusivamente o braço empresarial do esquema de propinas na Petrobras. Avancini e Leite fizeram delação premiada e revelaram importantes informações para a Lava Jato. Eles e Auller estão agora em prisão domiciliar, monitorados por tornozeleira eletrônica, por ordem do Supremo Tribunal Federal.
Não há nos autos indicativo de que a PF suspeita de Oliveira e Hallack como envolvidos em corrupção e propinas no âmbito de contratos da empreiteira com a Petrobras.
Mas um dos alvos da Lava-Jato é a coleção de contratos firmados pela JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro Dirceu.
Em março, a Procuradoria da República pediu ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Lava-Jato, que a Camargo Corrêa apresentasse cópia de todos os contratos celebrados com a JD. A empreiteira informa que fechou um único contrato com a consultoria de Dirceu no valor de R$ 844.650, pagos parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.
"Como é de conhecimento deste Juízo, no curso das investigações e dos processos criminais da assim denominada Operação Lava Jato restou evidenciado a prática, por parte de gestores e administradores da Construções e Comércio Camargo Corrêa, de diversos atos de corrupção e de lavagem de dinheiro em período concomitante às supostas "consultorias" e "assessorias" prestadas pela empresa JD", sustentou a Procuradoria, na ocasião..