Rio, 18 - A cidade do Rio é a capital brasileira com melhor gestão, a única que apresentou conceito A, e ocupa a 16ª posição entre todos os municípios brasileiros no ranking do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), divulgado nesta quinta-feira, 18. Na escala da Federação das Indústrias do Estado do Rio, que vai de 0 a 1, a nota do Rio foi 0,8169. Apesar de os resultados em 2013 terem sido positivos, houve uma queda de 4,5% em relação a 2012 (nota 0,8555).
No estudo de 2013, o Rio foi bem em todas as variáveis do IFGF, a receita própria do município, os gastos com pessoal, os investimentos, o custo da dívida de longo prazo e a liquidez, com destaque para a receita e a liquidez. Apesar da folga no caixa, a prefeitura carioca reduziu investimentos: em 2012, aplicou 20% de seus recursos; em 2013, 16%.
"Foi o primeiro ano do segundo governo. Ter uma ligeira queda é normal. A gente mantém um ritmo de investimentos muito acelerado", afirmou o prefeito Eduardo Paes (PMDB).
Segundo a Firjan, a gestão melhorou e o Rio deu um salto no IFGF a partir de 2010, segundo ano do primeiro mandato de Paes, sobretudo por causa da renegociação da dívida do município. "A gente conseguiu medidas importantes a partir de 2010, que foi fazer o 'swap' da nossa dívida, aumentamos a arrecadação, tem um controle de despesas eficiente, aumentamos enormemente os investimentos", completou Paes.
O "swap" foi uma troca de dívida. Em 2010, a Prefeitura do Rio contratou um empréstimo de R$ 1,9 bilhão com o Banco Mundial. O dinheiro foi usado para pagar parte da dívida com a União. Como o empréstimo tem juros menores e prazo maior do que o crédito com a União, a prefeitura teve ganho financeiro. Segundo o secretário de Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, a operação gerou economia de R$ 1,4 bilhão até hoje.
Paes também se vangloria de ter aumentado a arrecadação e os investimentos em sua gestão. Segundo Cardoso, o orçamento era de cerca de R$ 11 bilhões até 2009, ano em que Paes assumiu. Em 2014, foram R$ 24 bilhões e, em 2015, a previsão é de R$ 28 bilhões. "A gente teve um aumento da arrecadação própria de tributos, sem aumento de alíquotas. Foi implementação de nota fiscal eletrônica, melhoria de arrecadação. A gente fez um esforço de esquadrinhar todas as possibilidades de receita", disse o secretário.
Com isso, os investimentos saltaram de R$ 3,5 bilhões para R$ 4 bilhões ao ano, ou de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões, se consideradas parcerias público-privadas (PPPs). Segundo Cardoso, até 2009, a prefeitura investia R$ 800 milhões ao ano.
No resto do Estado, depois da capital, aparecem Rio das Ostras, Itaboraí, Quatis e Barra do Piraí. As cidades mais populosas depois da capital, por ordem, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Niterói, estão mal colocadas tanto no ranking local quanto no nacional - todas ganharam conceito C e pioraram seu desempenho no IFGF de 2012 para 2013.